História parte 1
Oficialmente, o super-herói Batman foi criado em 1939, por Bob Kane,
sob encomenda da DC Comics,
a qual, na esteira do sucesso estrondoso do Superman,
o primeiro super-herói da história dos quadrinhos, encomendou o novo super-herói . Hoje em dia se reconhece, no entanto, que o personagem teria sido idealizado originalmente ainda em1932, por Frank Foster,
o qual ofereceu sua criação à editora, mas esta não teria se interessado. Bob Kane teria criado o visual e a ideia original de um super-herói sem poderes, um detetive, que trabalharia nas trevas, em histórias sombrias. Mas foi o roteirista Bill Finger
quem deu o formato definitivo do personagem ao longo da década seguinte, definindo seu caráter, o estilo de suas histórias e personagens, assim como vilões e locais clássicos do universo do personagem.
As histórias em quadrinhos eram, a princípio, voltadas a um público mais jovem, e tinham um caráter recreativo. Por isso, Finger fez do Homem-Morcego um personagem que não mata nem usa armas de fogo. Logo, adicionou o personagem Robin,
primeiro sidekick ou parceiro mirim de um super-herói de quadrinhos. Robin era uma criança alegre e multicolorida, para quebrar o clima muito sombrio das primeiras histórias. Ainda na década de 1940, criou-se a cidade fictícia de Gotham City,
para ambientar as histórias do personagem e se permitir uma maior liberdade criativa, além de refletir o clima sombrio/noir de suas histórias.
Ainda nessa fase chamada Era de Ouro dos Quadrinhos, o trio criativo do personagem, Kane, Finger e o arte-finalista Jerry Robinson,
criou uma galeria de vilões formada por personagens geralmente sem superpoderes, marcados pela loucura e psicopatia. Assim, criou-se Coringa,
A ascensão da indústria de gibis de super-heróis nos Estados Unidos esteve profundamente ligada ao ambiente provocado pela Segunda Guerra Mundial. Com o fim do conflito, a indústria caiu dramaticamente. Apenas Batman,
conseguiram continuar ininterruptamente a venda de suas revistas pelo período posterior. Batman e Superman foram se firmando como The World's Finest,
Os Melhores do Mundo. Começou assim a era dos encontros entre heróis e personagens de revistas diferentes, nascendo o conceito de Universo Editorial, no caso, o Universo DC, e a produção de crossovers.
A Década de 1950 foi marcada por dois fatores decisivos: a Guerra Fria e a admiração e espanto do público em geral pela tecnologia, especialmente bélica e espacial. A Guerra Fria, a qual opôs os americanos capitalistas e a União Soviética socialista ocasionou uma perseguição, dentro dos Estados Unidos, a qualquer pessoa, instituição ou publicação que soasse comunista, e portanto, traidora dos valores americanos. Esse movimento, liderado pelo congressista McCarthy foi conhecido como Macartismo. As histórias em quadrinhos foram só mais um setor que foi pressionado e influenciado pelo Macartismo, o qual impôs que as histórias passassem a ser mais infantilizadas, simples, evitando qualquer assunto mais sério, polêmico ou de cunho social, pois se cria que comunistas poderiam estar semeando críticas e oposição ao capitalismo. Assim, nesse momento de infantilização forçada, surgiram personagens como Ace,
e a Batwoman.
Paralelamente, o momento de avanços tecnológicos e científicos que o público assistia, espantado, influenciou profundamente o tipo de roteiros que se escrevia para os personagem nesta década. Super-heróis com poderes e origens com explicações pseudo científicas, como o Lanterna Verde Hal Jordan,
e o Flash Barry Allen
são dessa época, substituindo versões antigas e mágicas desses heróis. Essa nova geração, com um novo estilo de histórias, levou a uma "atualização" dos personagens antigos, como o próprio Batman, sendo que este novo personagem atualizado era um tanto diferente do original. Isto provocaria reverberações na década seguinte. O vilão criado nesse período que obteve maior destaque foi o Senhor Frio.
O grande artista por trás das revistas do Cavaleiro das Trevas nesse período foi Dick Sprang.
As histórias do Batman prosseguiram neste estilo durante a Década de 1960. Data desse período a estreia de Hera Venenosa
e do Superman Composto.
Nessa década, Batman ganhou grande projeção devido à estreia e sucesso do clássico seriado cômico de televisão, estrelado por Adam West e Burt Ward.
Por sinal, foi por exigência dos produtores do seriado, que se criou nos quadrinhos a segunda (e definitiva) versão da personagem Batgirl,
além de se ressuscitar o personagem Alfred Pennyworth,
morto nos quadrinhos há algum tempo . Um fato decisivo não só para o Cruzado de Capa, mas para todo Universo DC, foi a implementação do conceito de Multiverso. Como dito anteriormente, versões atualizadas de personagens antigos foram inseridas durante a Década de 1950. Na década seguinte decidiu-se que os personagens originais ainda existiriam, vivendo paralelamente aos atuais, de forma independente, como se houvesse várias versões do mesmo mundo e dos mesmos personagens. Assim, existia o Universo do Batman ativo, mas também um universo do "Batman original". Isso valeria até Crise nas Infinitas Terras,
e seria trazido de volta após Crise Infinita.
acabou influenciando profundamente novos rumos nos roteiros do personagem. As histórias mais adultas e caráter dúbio dos personagens da editora concorrente, como o Homem Aranha
e o Hulk,
e seu sucesso crescente durante a Década de 1970, levaram a DC Comics a repensar sua linha editorial, o que ajudou o Batman a sair da sombra limitativa que o Macartismo impunha aos roteiristas. As histórias do personagem passaram então a ser produzidas pelo roteirista Dennis O'Neal,
pelo desenhista Neal Adams
e pelo arte-finalista Dick Giordano,
trio o qual criou histórias que traziam o personagem e seu mundo de volta ao estilo detetivesco e sombrio original. Na verdade, a dupla lançou a base do bat-universo e das histórias dos personagens, os quais duram até a atualidade. Assim o super-herói seguiu durante a Década de 1970. Data desse período a criação dos vilões Ra's Al Ghul,
Uma questão que foi se consolidando, especialmente desde esta década até a Década de 1980, foi a Continuidade Cronológica, isto é, as histórias e o mundo onde elas ocorrem vão ganhando um grau de realismo e seriedade que é irreversivelmente adicionado e imposto a elas, como, por exemplo, o envelhecimento dos personagens e a sequência histórica de fatos, de modo que os fatos e acontecimentos anteriores fazem parte de uma cronologia lembrada e respeitada (no começo, não se respeitava muito essa questão de lógica e concatenamento cronológico de histórias e acontecimentos ocorridos nelas). Assim, o Robin Dick Grayson,
que já havia se tornado adolescente e se distanciado de Batman, agora se tornou adulto, separando-se em definitivo da Dupla Dinâmica, assumindo a identidade de Asa Noturna.
Logo os roteiristas decidiram por trazer de volta o personagem Robin, com um novo personagem, Jason Todd.
Datam dessa época os vilões
e Crocodilo.
CONTINUA...
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