História parte 2
Ainda nos Anos 80 a DC Comics decidiu que iria submeter seus personagens e suas histórias à Continuidade Cronológica, além de pôr termo ao confuso conceito de Multiverso e Terras Paralelas, com suas inúmeras variações dos mesmos personagens, até por considerar que tantos universos paralelos independentes pra que escritores e leitores lembrassem e respeitassem, acabavam por estrangular cada vez mais a liberdade criativa dos escritores. Assim, na maxi-série Crise nas Infinitas Terras,
o Batman teve todas as suas múltiplas versões paralelas anteriores abandonadas. Os roteiristas dos personagens, inclusive do Batman, teriam plena liberdade para reescrever totalmente a origem dos personagens, as características do Bat-verso,
e aproveitar apenas o que lhes interessasse das histórias existentes até então. Essa situação editorial produziu algumas das melhores histórias em quadrinhos da história, tanto dando uma conclusão às versões anteriores dos personagens, como dando uma nova origem à versão atualizada deles. Assim foram escritas e publicadas histórias como O que aconteceu ao Homem do Amanhã e o clássico O Cavaleiro das Trevas.
Escrita por Frank Miller,
essa história, a qual descreve uma versão definitiva do caráter, motivações e da importância e significado do Batman. Esta nova fase do morcego é fortemente influenciada pelas histórias do Demolidor, já que Miller tinha trabalhado bastante no personagem antes de escrever O Cavaleiro das Trevas. Na esteira dessa publicação, outras histórias definitivas foram lançadas, como Batman: Ano Um,
também de Miller, reescrevendo a origem definitiva do personagem; e, alguns anos depois,
de Alan Moore,
que conta a história definitiva do Coringa.
A Década de 1980 ficou conhecida como Era Plutônio dos Quadrinhos, pois, influenciado pela Continuidade Cronológica, e buscando se aproximar da realidade dos leitores, acabou tornando os roteiros mais violentos e adultos, apresentando em quantidade e qualidade cada vez maior, violência e mortes de personagens. Assim, o Coringa deixou paraplégica a Batgirl original, Bárbara Gordon, em A Piada Mortal,
antes de espancar com um pé de cabra o Robin Jason Todd e, por fim, matá-lo com uma explosão na saga Morte em Família.
Isto ocorreu porque o segundo Robin, substituto do original Dick Grayson ,
tinha uma personalidade e estilo diferentes do original, as quais não agradaram boa parte do público de leitores. Assim a DC Comics decidiu dar aos próprios fãs/leitores a oportunidade de escolher se queriam que o parceiro mirim continuasse ou se ele seria morto. Através de votação por telefone, foi escolhida a morte de Jason Todd, com vitória por apenas 72 votos. Nessa época, destacou-se como desenhista das bat-revistas Jim Aparo.
Comemorando os 50 anos da criação do herói em 1989, foi lançado nos cinemas o longa metragem Batman, O Filme, o qual alcançou grande sucesso principalmente graças à atuação memorável de Jack Nicholson como o Coringa.
A partir da Década de 1990 os personagens de quadrinhos americanos, e o Batman entre eles, começaram a passar por mudanças drásticas e acontecimentos dramáticos em suas vidas em uma profusão muito alta. Os personagens DC vinham decaindo em vendas, além de sofrerem com a visão estereotipada de que seus personagens e histórias eram, na prática, uma eterna repetição (O Superman sempre amou Lois Lane desde os anos 40,
mas nunca nem namorou ela; o Batman sempre prendia os vilões ao fim da história, mas estes sempre fugiam, e assim se repetia o mesmo ciclo há mais de meio século). Tentando atrair novos leitores e mudar essa imagem, a DC decidiu provocar mudanças drásticas em alguns personagens. Assim, o Lanterna Verde Hal Jordan teve sua cidade (Coast City) destruída.
O mesmo ocorreu com a Tropa dos Lanternas Verdese, por fim,
Hal tornou-se um vilão e foi substituído por um outro personagem. O Superman foi simplesmente morto.
Com o Batman, o trio de roteiristas Doug Moench, Graham Nolan e Alan Grant, capitaneados pelo agora editor Dennis O'Neal, criaram a longuíssima saga A Queda do Morcego, a qual durou praticamente dois anos. Nela, Bruce Wayne passou a sofrer com Estresse. Foi criado o vilão Bane, o qual, explorando este momento, deixou o herói paraplégico.
O super-herói Batman foi substituído por Jean Paul Valley,
que modificou totalmente o uniforme clássico, foi extremamente violento e, por fim, permitiu a morte de um vilão. Ao fim, Bruce Wayne, curado, tomou de volta o capuz do morcego.
O Herói tornou-se o mais rentável da editora, sendo produzidos filmes milionários estrelados por ele, ao mesmo tempo em que era o líder de vendas entre a revistas. Personagens coadjuvantes como Robin,
e Azrael
ganharam revistas próprias. E nos quadrinhos Coringa ganhou até uma namorada: Arlequina (Dra. Harleen Quinzel).
Um fato histórico foi o crossover DC versus Marvel/Marvel vs DC, o sonhado e aguardado por décadas encontro e confronto entre os maiores super-heróis da DC Comics e da Marvel Comics. Nele Batman enfrentou e, graças a uma votação direta dos fãs, derrotou o Capitão América.
O personagem passou por variadas mudanças nos anos seguintes, com heróis clássicos passando por substituições temporárias, como o próprio Batman, Robin, Batgirl e até o Comissário de Polícia de Gotham. Entre várias maxi séries, destaque para Batman: Contágio, Batman: A Vingança do Demônio e Batman: Terremoto
que mostraram a destruição de Gotham City após pestes de Virus Ebola, e um Sismo avassalador, culminando na saga Batman: Terra de Ninguém, quando Gotham, destruída, é apartada do resto dos Estados Unidos, caindo em um estado de caos social, guerra de gangues e guerra de sobrevivência.
O super-herói sempre estreou muitas histórias paralelas à cronografia mensal oficial, desde histórias da série Batman: Túnel do Tempo,
onde ele era imaginado em outras épocas e situações; assim como em histórias mais adultas, de temáticas mais pesadas, com no título Um Conto de Batman.
Entre tantas histórias não necessariamente oficiais, destacou-se o trabalho de Jeph Loeb
e Tim Sale
que produziram , entre outras, Batman: Dia das Bruxas
e a aclamada por critica e público leitor Batman: O Longo Dia das Bruxas,
que conta a origem definitiva do vilão Duas Caras.
Na primeira década do Século XXI, o destaque foi o desenhista Jim Lee
tendo assumido o lápis das histórias do personagem. Outro grande destaque foi quando o roteirista Grant Morrison
assumiu as histórias do "Dono da Noite", trazendo de volta características antigas abandonadas do personagem, como seu filho Damian Wayne
e uma comunidade de "Batmen" espalhados por outros países. Grant, por fim, escreveu as maxi séries Batman R.I.P.
e Crise Final, que trazem a morte de Bruce Wayne.
Na verdade, desde que o parceiro infantil surgiu na Década de 1940, era esperado e imaginado o dia em que o eterno primeiro Robin, Dick Grayson,
assumiria em definitivo sua herança e destino como Batman. Mais tarde, Bruce foi "ressuscitado". Entre os vilões surgidos nessa época, destacou-se Silêncio.
Por fim, na Década de 2010, a DC Comics fazer um novo "reboot", a Maxi Série Os Novos 52, com os mesmos objetivos de Crise nas Infinitas Terras,
quais sejam, atualizar personagens e atrair leitores. Assim Batman teve sua origem e história novamente reescrita atualizada
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